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Reflexões sobre o Trauma: Algumas Perspectivas





Em um mundo repleto de desafios, o trauma emerge como uma sombra inaugural e persistente, moldando experiências humanas de maneira intensa. Para compreender esta complexidade, adentramos o terreno da psicanálise, onde mentes pioneiras como Freud e Ferenczi nos guiam por um labirinto de significados.


Freud, com sua capacidade única de escavação psíquica, revelou o trauma como uma ferida temporal, ultrapassando o momento do impacto e infiltrando-se nas raízes do ser. Os eventos traumáticos, sejam eles relacionados à saúde mental ou experiências cotidianas excessivas, carregam uma bagagem que transcende o tempo, exigindo uma abordagem sensível e cuidadosa.


A neurose traumática, concebida por Freud após a devastação da Primeira Guerra Mundial, ecoa nos corredores da contemporaneidade. O estresse pós-traumático, a ansiedade crônica e a depressão tornaram-se narrativas familiares em um mundo onde enfrentamos desafios incessantes, desde a pandemia do COVID-19 até conflitos globais.


Conflitos sociais, discriminação e desigualdades estruturais entrelaçam-se nas narrativas individuais, deixando cicatrizes que reverberam por gerações. A psicanálise contemporânea, portanto, estende suas raízes para compreender não apenas os traumas individuais, mas também aqueles que ecoam no corpo social.


Neste contexto, a figura de Sándor Ferenczi emerge como um guia para entender as dinâmicas relacionais que podem dar origem a traumas. Sua ênfase na relação entre adultos e crianças como potencial gerador de experiências traumáticas abre portas para uma análise mais abrangente das interações humanas contemporâneas.


Ferenczi também destacou a estreita ligação entre o trauma e a pulsão de morte, oferecendo insights profundos sobre como experiências impactantes podem reverberar em nosso psiquismo.


A pulsão de morte, concebida por Ferenczi, amplia nosso entendimento, sugerindo que a estagnação na simbolização do trauma pode desencadear caminhos autodestrutivos como forma de escape. Embora esses conceitos possam parecer intrincados, eles lançam luz sobre a natureza do trauma, fornecendo orientações valiosas para compreensão e processo de cura.


Diante desse cenário, a psicanálise oferece uma bússola para a compreensão e cura. Buscar ajuda psicoterapêutica é um passo corajoso na jornada para desvendar a própria história.


Essa abordagem terapêutica não só nos ajuda a entender as raízes do sofrimento, mas também abraça a complexidade da condição humana, reconhecendo que, por meio da fala e da escuta de si, podemos construir novas ferramentas internas para lidar com o que é da ordem do traumático, bem como tecer novas narrativas que nos conduzem em direção da elaboração e ressignificação de sintomas.

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